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Novas janelas, novos partidos

Junho de 2013 abriu novas janelas na política brasileira. Os grandes partidos políticos entraram na mira de grande parte da população, que gritava: “não nos representam”. A crise de representatividade política no Brasil escancarou questionamentos latentes dos cidadãos aos grandes partidos. Seriam todos “sem ideologia”? Haveria algum partido capaz de governar sem o PMDB? Há algum novo projeto possível de ser apresentado à sociedade como alternativa aos que aí estão?

Alguns partidos já existentes, como o PSOL, procuram responder a essas perguntas e ocupar o vazio de representatividade deixado pelos grandes partidos. Outros, porém, ainda buscam registro para concorrer às eleições e apresentar seu projeto. Ao todo, há pedidos de criação de 22 legendas no TSE. Falarei aqui daqueles que parecem querer apresentar um projeto com ideologia à sociedade brasileira.

Partido Pirata do Brasil (PIRATAS) O PIRATAS é um partido que faz parte de uma rede internacional de “partidos piratas”, surgida a partir do Partido Pirata da Suécia. Embora procurem não se identificar como esquerda ou direita, possuem um claro posicionamento em defesa dos direitos humanos e de liberdades civis, defesa irrestrita a saúde e educação públicas, Estado laico e de um modelo de segurança pública não repressivo, além da defesa da livre circulação de informações, da pirataria e da descriminalização dos usuários de drogas. Rede Sustentabilidade (REDE) A Rede defende um desenvolvimento no qual ecologia, economia, justiça social, ética, gestão do Estado e prática política sejam compatíveis. Acreditam nas redes como uma nova forma de organização capaz de conectar boas idéias. O partido acredita na horizontalidade e no consenso progressivo como idéias que ajudam a conectar as pessoas com diversas idéias para convergir num ponto final e trabalhar em rede como um todo. Há a defesa de uma ampla reforma e de criação de novos instrumentos para o exercício da democracia direta. Apesar de não ser um partido oficial, seus membros disputaram as eleições de 2014 por diversos partido, como PSB, PPS, PSOL e PDT, tendo como principal expoente a candidata à Presidência Marina Silva. Raiz Movimento Cidadanista (RAIZ) A Raiz surgiu a partir de dissidentes da REDE insatisfeitos com a postura de Marina Silva e outros membros do partido durante as eleições de 2014. O movimento tem como seus três pilares a filosofia sul-africana Ubuntu, a filosofia ameríndia Teko Porã e o ecossocialismo. Embora ainda esteja em construção, é possível notar uma proposta de horizontalide, defesa do meio-ambiente, de políticas publicas de diminuição de desigualdades, igualdade de gênero e defesa dos direitos humanos. O grupo tem uma postura crítica às experiências socialistas do século XX e aponta como inspiração o partido grego Syriza, o espanhol Podemos, o Exéricito Zapatista de Libertação Nacional mexicano, a democracia direta da Islândia, a organização indígena na Bolívia, a Revolución Ciudadana do Equador e o processo democrático uruguaio. Partido Novo (NOVO) De direita, o Partido Novo tem inspiração nos ideais de Milton Friedman e da chamada “Escola de Chicago”, aos quais muitos alcunham de “neoliberal”. O NOVO aponta como saída a redução do Estado, dos impostos e dos investimentos sociais, o livre mercado e o estímulo à iniciativa privada, além de ser contrário às cotas sociais e raciais. Entretanto, serviços como educação e segurança devem ser oferecidos pelo Estado. O partido aposta no indivíduo como ator político através do voto, mantendo o sistema político representativo.

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